Tema: A porta da decisão
Texto: Lucas 7.11-17
“E aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão; E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. E correu dele esta fama por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha.”
Introdução: A história é sobre uma mulher que já tinha perdido o seu marido e restou a ela apenas um filho, essa mulher já havia passado por um momento de dor, solidão e dificuldades, porque o marido, o personagem responsável em prover o alimento e a segurança naquela casa, já não estava mais presente.
Com certeza nos momentos mais difíceis e tristes, essa mulher abraçava o filho e depositava nele toda a sua esperança, alegria e sonhos, mas, algo que ela jamais esperava, aconteceu, já não bastava ter perdido o marido, agora ela perdeu também o filho.
E nessa mensagem vamos caminhar pela revelação de vários pontos importantes nessa história, a começar por esse grande inesperado que aconteceu nessa pequena aldeia, chamada Naim. Você está pronto para essas revelações?
I – O inesperado pode acontecer, mesmo que sejamos crentes
Por que isso foi um inesperado? Qual mãe vai esperar perder o filho? Ainda mais depois de perder o marido? Nenhuma. Tudo que essa mulher não esperava era perder esse filho. É incomum um jovem morrer, ainda mais depois da morte do marido, esse filho se tornou um ponto de esperança, sonhos, ponto de felicidade, era o consolo que restava a esta mulher que morava em Naim.
a – Ter filho homem nos tempos antigos era honra e filhos são heranças do Senhor!
Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal. Salmos 127.3,4
b – Nunca estamos preparados para coisas ruins, nunca oramos pedindo a Deus o pior.
O ser humano é treinado pelas redes sociais, motivadores e animadores de emoção, que sempre tudo vai dar certo, que a vida sempre será uma maravilha, que nada de ruim vai acontecer, pode parecer estranho para muitos, mas a Bíblia ensina que deveríamos estar também preparados para o dia mal, ou seja, estar sempre pronto pronto para enfrentar inesperados, é claro que isso pode parecer contrário aos que ensinam alguns pregadores motivacionais da atualidade, mas Paulo deixou bem claro; Se preparem para o dia mal. ( Efésios 6.13 )
c – Essa mulher jamais se preparou para perder o filho, mas isso aconteceu.
O menino também morreu. Qual é a aplicação que podemos fazer nisso? Às vezes o que não esperamos, pode acontecer, talvez a oração não será respondida e o resultado vai ser contrário.
Às vezes a notícia não vai ser a que desejamos, a notícia pode ser contrária, às vezes a resposta não vai ser a que esperamos, a resposta vai ser contrária. O que devemos fazer? Procurar entender, porque Deus não permite nada que esteja fora do seu propósito. Pode ter certeza, Ele está no controle e sabe o que está fazendo.
II – Depois do inesperado, vem o velório e a tradição, eles acreditavam que o menino poderia ressuscitar
Entre os Judeus, existe uma tradição antiga, que o morto poderia ressuscitar dentro de 3 dias, você pode constatar isso em várias passagens bíblicas, como na ressurreição do próprio Jesus e na ressurreição de Lázaro.
a – Você nunca se perguntou porque Jesus ressuscitou no terceiro dia?
É claro que isso teve um propósito, exatamente para confundir os Judeus, sobre a tal tradição, que mortos ressuscitaram dentro de 3 dias, mas para não deixar dúvidas que a ressurreição de Jesus foi obra exclusiva do Espírito Santo (Rm 8.11) vários outros mortos foram ressuscitados no mesmo tempo em que Jesus ressuscitou e esses mortos não estavam mortos à 3 dias. Consegue perceber como Deus é perfeito em tudo o que faz? Até na ressurreição do Salvador, tem mistérios e propósito. Ele ressuscitou de uma forma que ninguém pudesse questionar a sua ressurreição.
b – No caso de Lázaro, já se perguntou porque Jesus só chegou no quarto dia para ressuscitá-lo? Exatamente para não deixar dúvidas que foi um milagre, porque se Jesus o ressuscitasse no primeiro dia, no segundo dia ou no terceiro dia, com certeza iam dizer: A tradição diz que mortos ressuscitam dentro de 3 dias, então não foi milagre.
c – No caso dessa mulher, vai acontecer um velório, que vai durar 3 dias. Durante esses 3 dias, ainda restava esperança, que esse menino poderia voltar à vida. O detalhe aqui é que essa esperança não estava baseada nas promessas de Deus e sim em uma tradição. Pergunto: Quantas pessoas não estão tendo uma esperança baseada em uma tradição? Pense nisso e com certeza aqui, você terá muitas revelações de Deus nisso, porque a esperança não pode jamais, ser baseada em promessas tradicionais, humanas ou enganosas, a esperança precisa estar baseada nas promessas de Deus.
III – O inesperado atraiu Jesus à Naim
O que fez Jesus entrar em Naim? Naim era uma aldeia simples, não havia nada de interessante, Jesus era importante, com certeza estava indo para outro lugar, mas de repente, Ele muda o trajeto e decide entrar na aldeia, com certeza foi questionado, o que Ele, um homem tão importante e cheio de compromissos ia fazer dentro daquela aldeia, posso imaginar um sorriso no rosto de Jesus e Ele simplesmente dizendo, um inesperado aconteceu e eu vou realizar uma grande obra em Naim.
a – Consegue entender? O inesperado atrai Jesus, atrai um grande milagre, atrai uma grande obra que Ele pode fazer nesse momento inesperado. São nos acontecimentos inesperados que podemos viver grandes milagres da parte de Deus, porque tudo que é muito esperado, não tem espaço pra Deus operar grandes coisas. Lembram do inesperado na vida de Pedro quando passou a noite toda pescando e não conseguiu pegar peixe algum?
b – Pedro era profissional na pescaria. Ele passou a noite toda trabalhando no que mais sabia fazer e não pescou nada, é um inesperado ou não é? Mas veja isso, de manhã, o barco de Pedro estava vazio, ou seja, algo inesperado para um profissional da pescaria, mas quando Jesus chega pela manhã, com tantos barcos cheios de outros pescadores que ali estavam , qual barco teve espaço pra Jesus?
O inesperado atrai Jesus, atrai o milagre. Aplique isso.
IV – O encontro de Jesus com o defunto, na porta da cidade
Porque Jesus se encontrou com a mulher na porta da cidade?
É simples. O cemitério ficava do lado de fora da cidade, a porta da cidade na Bíblia significa lugar de decisão, ou seja, lugar de juízo, sentença. Causas importantes eram sentenciadas nas portas das cidades.
a – Estevão foi sentenciado a morte em uma das portas da cidade de Jerusalém, chamada porta dos Leões ( At 7.58 )
Vejam que ele foi expulso da cidade, ao passar pela porta, foi sentenciado ao apedrejamento. Eli, o sacerdote cego, o que julgava causas, sempre estava à porta da cidade ( 1 Sm 4.13 )
Vejam causa sendo julgadas na história de Rute na porta da cidade ( Rute 4.1 )
Ou seja, porta da cidade é lugar de decisão. E na porta da cidade, era onde a viúva estava passando com o seu filho morto, ou seja, na porta de decisão, onde a morte queria dar a sentença, onde a dor queria dar a sentença, onde a tristeza que dar a sentença, mas Jesus vai aparecer na porta da decisão para dar outra sentença.
Isso é muito forte! Na porta da decisão, no limite, era onde seria decidido o fim, era onde a mulher orava e dizia: Deus, eu não posso passar dessa porta, porque daqui pra frente, um cemitério me aguarda outra vez e foi exatamente nesse limite, que Jesus chega e diz: Mulher… Não Chores! ( Lucas 7.13 )
É exatamente no lugar da sentença, que Jesus vai dar a última Palavra! Não chores.
b – Haviam duas multidões a caminho da Porta, uma andando com Jesus e outra andando com o Defunto
Jesus atrai multidões, mas defuntos também. Você sempre vai ver multidões seguindo defuntos. Isso pode representar duas igrejas: A igreja que anda com Jesus e a igreja que anda com um defunto, a diferença é que a igreja que anda com Jesus é feliz, adora e louva a Deus, vive milagres. Mas a igreja que anda com um defunto é calada, triste, não tem motivos para se alegrar, está sempre em silêncio e de cabeça baixa. Qual Igreja você pertence? Em qual multidão você está? A que anda com Jesus? Ou a que anda com o defunto?
Conclusão
Às vezes, a morte quer dar a última palavra, a dor quer dar a última palavra, a solidão, a tristeza ou o diabo quer dar a última palavra, é na porta da decisão que Jesus vai aparecer e vai colocar por terra toda sentença ruim e somente Ele é quem vai dar última Palavra.
É no limite, é no lugar onde pensamos, eu não posso dar mais nenhum passo sem Deus falar comigo, um cemitério me aguarda, mas é nesse limite que Deus vai aparecer e vai falar com você e vai cancelar o sepultamento, tudo que foi depositado nesse filho, seja sonho, futuro, projetos, não vai ser enterrado no cemitério, tudo que está nesse menino, vai voltar vivo pra casa, porque Jesus apareceu na porta da decisão.