O Brasil atingiu, em 2025, o maior volume de arrecadação de impostos da história, ultrapassando a marca de R$ 3 trilhões antes mesmo do fim do ano.
Apesar disso, o governo federal deve encerrar o ano com um déficit superior a R$ 30 bilhões, evidenciando o desequilíbrio crônico das contas públicas.
Segundo a Receita Federal, entre janeiro e julho, o país arrecadou R$ 1,679 trilhão, alta real de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Já o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, mostra que os brasileiros pagaram mais de R$ 3 trilhões em tributos — um recorde absoluto.
Mesmo assim, o Ministério da Fazenda prevê um rombo fiscal de R$ 30,2 bilhões até dezembro.
Em agosto, o déficit mensal foi de R$ 17,3 bilhões, acumulando R$ 61,8 bilhões negativos no ano, segundo dados do Banco Central.
Os números escancaram um problema estrutural de gestão e gastos públicos.
As despesas com previdência, servidores, programas sociais e precatórios cresceram acima da arrecadação.
Além disso, o país convive com uma dívida pública de 77,5% do PIB e juros elevados, que drenam boa parte dos recursos arrecadados apenas para o pagamento de encargos financeiros.
Mesmo após prometer “déficit zero”, o governo Lula não conseguiu conter o avanço das despesas.
Especialistas apontam que o Brasil sofre de um modelo fiscal insustentável, onde o Estado arrecada muito, mas gasta mal — e a população sente o peso disso em serviços precários e impostos cada vez mais altos.
Com uma carga tributária de 34,2% do PIB, uma das maiores do mundo, o país prova mais uma vez que o problema não é arrecadar pouco, e sim gastar demais e sem eficiência.
