Em 2026, os brasileiros devem enfrentar um significativo aumento nos preços da carne bovina, impulsionado pela inversão do ciclo pecuário. De acordo com projeções de especialistas da Datagro, CNA, Conab e Itaú BBA, a produção e o abate de bovinos podem cair entre 4,5% e 7,5%, resultado do abate excessivo de fêmeas nos últimos anos, que reduziu o rebanho reprodutivo. Essa retenção de matrizes para reconstruir os estoques diminui a oferta no mercado interno, enquanto as exportações continuam fortes, pressionando ainda mais os preços domésticos. Fatores como secas recentes, que elevaram os custos de produção, agravam o cenário, com estimativas de alta de até 10% ou mais em cortes populares.
Esse encarecimento impacta diretamente o dia a dia das famílias, apertando o orçamento e incentivando a substituição por proteínas mais acessíveis, como frango e suíno, cujos preços devem permanecer estáveis. No contexto econômico, o aumento contribui para pressões inflacionárias no IPCA, afetando refeições cotidianas, churrascos e o setor de restaurantes. Embora o ciclo pecuário seja um fenômeno natural e cíclico da agropecuária, influenciado por condições climáticas e dinâmicas de mercado global, analistas destacam a necessidade de políticas públicas mais robustas para mitigar esses impactos, promovendo sustentabilidade e apoio ao setor produtivo.



