A indústria de veículos elétricos na China enfrenta um cenário de retração após anos de forte crescimento impulsionado por incentivos estatais. O alerta foi feito pela BYD, que prevê a possibilidade de cerca de 100 fabricantes encerrarem suas atividades diante das novas diretrizes do governo chinês, que determinaram o fim da chamada “guerra de preços”.
A medida forçou as montadoras a reduzirem drasticamente seus custos para se manterem competitivas, o que pressiona especialmente as empresas com menor capacidade financeira e tecnológica. Segundo a própria BYD, o movimento pode resultar em uma onda de falências e acelerar a consolidação do setor.
De acordo com a companhia, a dificuldade enfrentada por fabricantes tradicionais indica que o mercado está sendo desafiado a oferecer mais inovação tecnológica com preços mais baixos, o que pode desencadear uma transformação estrutural na indústria automotiva chinesa.
Impactos no Brasil
O cenário chinês já provoca repercussões internacionais. Para conter a entrada de veículos elétricos de baixo custo, os Estados Unidos proibiram a comercialização de marcas chinesas, enquanto a União Europeia optou por elevar as tarifas de importação.
No entanto, a realidade é diferente no Brasil, já que em 2025, 92% dos carros elétricos vendidos no país são de origem chinesa. A crise na China tende a levar a uma consolidação inevitável do setor, em processo semelhante ao ocorrido nas indústrias imobiliária e solar.
Por outro lado, caso isso se confirme, o mercado brasileiro poderá ser beneficiado com mais opções de veículos elétricos a preços acessíveis, resultado direto da reestruturação do maior polo de produção mundial.



