Dois estudos recentes, ambos com colaboração de pesquisadores da Fiocruz, revelam como o vírus oropouche, historicamente associado à Amazônia, chegou ao Sudeste do Brasil. Os artigos detalham a introdução do arbovírus no Espírito Santo e no Rio de Janeiro desde o início de 2024. Fatores como desmatamento e mudanças climáticas são apontados como propulsores da circulação do patógeno, que, segundo análises genômicas, originou novas sublinhagens fora da Amazônia.
Transmitido principalmente pelo maruim ( Culicoides paraensis ), o oropouche provoca sintomas semelhantes aos da dengue e da chikungunya, como febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações. “A nova linhagem do oropouche chegou ao Sudeste no início de 2024 e, em dois meses, já havia muitos casos. O vírus encontrou um nicho ecológico favorável e se espalhou rapidamente, criando ainda outras sublinhagens”, explica o chefe do Laboratório de Arbovírus e Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coautor dos dois estudos, Felipe Naveca. As investigações contaram com a participação de profissionais da Fiocruz Amazônia, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e de outras instituições de pesquisa.



