José Gabriel Gonçalves Torres, nascido em 7 de setembro de 1901, apesar de ter se formado em medicina, escolheu seguir a carreira de fazendeiro e político. Foi prefeito de Bonfim entre 1941 e 1945, e posteriormente entre abril de 1963 e maio de 1966, o colocou em destaque na vida pública do município. Seu afastamento da prefeitura em 1966, devido a problemas de saúde, marcou o encerramento de sua gestão, sendo substituído pelo presidente da Câmara, Joaquim Muricy Sobrinho.
Além de sua atuação política, Cazuza Torres teve um papel relevante na história do Cangaço. Em 1933, ao retornar de uma viagem, encontrou Lampião e seu bando no curral de sua Fazenda Pouso Alegre, próxima ao município de Campo Formoso. O inusitado encontro resultou em uma surpreendente conversa entre Cazuza e Lampião em sua casa, seguida por uma visita do fazendeiro ao esconderijo dos cangaceiros para atender às demandas deles.
No dia seguinte, Cazuza visitou o esconderijo dos cangaceiros, onde recebeu dinheiro e uma lista de compras solicitada por Lampião. Durante o encontro, Lampião exibiu um punhal impressionante e mencionou a necessidade de abater alguns animais da fazenda para obter carne. Ele também pediu balas de fuzil, mas Cazuza mencionou a presença das tropas de Manoel Neto na cidade, o que dificultaria essa transação.
Essa é apenas uma parte da história, que inclui uma tentativa de envenenamento dos cangaceiros e um confronto armado conhecido como o Fogo da Fazenda Pouso Alegre.
Foto: Acervo MSB
Fonte: Bonfim: Terra do Bom Começo (Adolpho Silva) e José Carlos Martins
Colaboração: Magaly Guimarães