Em uma das intersecções mais inusitadas entre amor, medicina e direito, o cirurgião de Long Island Richard Batista doou um rim para sua esposa, Dawnell, em 2001, após o corpo dela rejeitar dois transplantes anteriores. O gesto foi visto, à época, como uma prova profunda de amor e devoção. No entanto, quando o casamento chegou ao fim alguns anos depois, Batista surpreendeu o tribunal e a opinião pública ao exigir a devolução do rim — ou o pagamento de US$ 1,5 milhão como compensação.
O pedido, contudo, foi rejeitado pelo juiz, que declarou que um órgão, uma vez doado, passa a ser considerado um presente, sem possibilidade de reivindicação posterior, seja no campo legal ou ético. Especialistas em bioética reforçaram a decisão, lembrando que a comercialização de órgãos é ilegal segundo a legislação federal dos Estados Unidos, independentemente de circunstâncias pessoais ou emocionais.
Apesar da repercussão, Batista insistiu que sua exigência não se tratava de ganância, mas sim de um ato movido pelo coração partido após a separação. O caso, que ganhou repercussão internacional, se tornou um exemplo de como sentimentos intensos podem entrar em choque com limites legais e éticos rígidos em processos de divórcio, deixando um alerta para situações em que emoção e justiça se cruzam de maneira extrema.
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