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Mães de vítimas da Chacina de Osasco fazem ato em memória dos jovens

A Chacina de Osasco, Itapevi e Barueri, ocorrida em agosto de 2015, completou dez anos esta semana. E para marcar a data, mães e familiares das vítimas realizam um ato em memória dos 19 jovens mortos por agentes de segurança do Estado, na divisa entre os municípios de Osasco e Barueri.

Os crimes ocorreram nos municípios de Barueri, Osasco e Itapevi, em um raio de 7 quilômetros, entre às 21h às 23h daquela noite. Do total de 19 mortes, 15 ocorreram em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi.

Os assassinatos praticados por policiais foram uma vingança pelas mortes de um policial militar e de um guarda-civil metropolitano ocorridas dias antes. Nenhuma das vítimas tinha relação com as mortes dos agentes.

Muitas foram atingidas quando estavam a caminho de casa ou em bares. Foi o caso do pintor Fernando Luís de Paula, de 34 anos, que parou em um bar e foi alvejado no rosto. No mesmo local, dez pessoas foram baleadas por policiais e oito morreram

Mãe de Fernando, dona Zilda de Paula, não teve tempo de viver o luto. Na última década, ela virou uma liderança não só na comunidade em que vive, mas para diversas outras mães que tiveram seus filhos assassinados em todo o país. 

Presidenta do Movimento Mães de Osasco e Barueri e da Associação 13 de Agosto, dona Zilda permanece, junto com outras mães, denunciando a impunidade e a violência de Estado.

“É um desafio. Eles parecem que desafiam a gente. Eu nem fico aqui nos barzinhos, porque eles passam direto. Eu fiquei pra expurgo de bandido”

A política de extermínio que matou Fernando, Igor, Letícia e tantos outros jovens assassinados na chacina de Osasco repete uma prática comum de impunidade quando o tema é a violência praticada por agentes de segurança no Brasil, afirma Gabriella de Biaggi, doutoranda em Geografia Humana e pesquisadora do Centro de Memória Urbana da Unifesp.

“A Chacina de Osasco e Barueri continua sendo a maior chacina que a gente tem registro no estado de São Paulo. E, nesse caso, algo que é marcante é o fato de envolve tanto policiais militares quanto civis, que atuavam como seguranças privados. Então, aconteceu essa vingança completamente desproporcional, de propósito. É algo que a gente vê nas chacinas do Brasil. Elas operam com esse excesso de violência”.

As investigações iniciais da Polícia Civil identificaram oito agentes envolvidos. Quatro foram inocentados por falta de provas e quatro condenados a penas superiores a 100 anos de prisão. 

Em 2021, um novo julgamento absolveu o policial militar Victor Cristilder e o guarda civil municipal Sérgio Manhanhã. Em 2023, Cristilder foi reintegrado à PM.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o inquérito policial instaurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa para investigar o caso foi concluído em dezembro do mesmo ano

O ato em memória às vítimas da Chacina de Osasco, Itapevi e Barueri acontece neste sábado, a partir das 14h, no bairro Jardim Munhoz, em Osasco.

*Com colaborações de Elaine Cruz e Carolina Pavanelli

Edição:

Fabiana Sampaio / Fran de Paula

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