Em meio a uma internação prolongada, a pequena Manuela, de apenas 6 anos, realizou o sonho de ir ao cinema pela primeira vez. A experiência foi completa: com pipoca, risadas e muita diversão.
O momento se tornou ainda mais especial porque seus familiares viajaram de Trairi até Fortaleza para viver o sonho da pequena ao lado dela. Pai, irmãs, primos e tios fizeram parte dessa ocasião inesquecível.
A menina, que já estava há mais de 50 dias internada, nasceu com uma condição que dificulta a passagem do sangue entre o coração e os pulmões: a atresia pulmonar com comunicação interventricular, uma cardiopatia congênita complexa.
Nos últimos meses, após duas internações anteriores ainda este ano, Manuela retornou ao Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) para tratar um abscesso cerebral, uma infecção localizada no cérebro.
O passeio foi organizado por profissionais do Hias.
“Ainda bebê, minha filha passou por uma cirurgia e, desde então, vive sob acompanhamento. Mesmo assim, quem convive com ela logo percebe que a Manu carrega uma luz própria. Ela brinca, conversa, faz planos, gosta de rir e de sonhar”, conta Antônia Sena, 43 anos, mãe da Manuela.
Momentos como esta ida ao cinema contribuem para tornar a internação mais humana, leve e acolhedora, fortalecendo emocionalmente pacientes e acompanhantes.
“A Manu tem um diagnóstico difícil, que ameaça a continuidade da vida. Nosso cuidado é centrado nela, buscando controlar sintomas e garantir que ela viva com dignidade e conforto. É uma honra cuidar do corpo e da alma dessa pequena”, relata a intensivista e paliativista Cinara Carneiro.
Durante a internação, a paciente transformou a enfermaria em um verdadeiro cenário de cores: seus desenhos ocuparam as paredes, enchendo o ambiente de imaginação e alegria.
Para o psicólogo Luiz Augusto, preservar a infância é tão importante quanto qualquer intervenção clínica. “Além de medicações e procedimentos, precisamos garantir que essas crianças continuem sendo crianças. Promovemos ações de humanização para reduzir o sofrimento delas e das famílias, ajudando-as a lidar com o processo de adoecimento”, afirma.



