Mulher que gravou vídeo viral em avião chora e pede desculpas

Responsável por registrar o vídeo mais comentado da última semana no Brasil, a advogada Eluciana Cardoso chorou e pediu desculpas a todos os envolvidos na polêmica da janela do avião, incluindo a si mesma. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, ela afirmou ter perdido o “controle emocional” diante da aparente “indiferença” de Jeniffer Castro ao choro da criança que queria ter sentado ao lado da avó.

– Eu perdi totalmente o meu controle. Parecia que eu estava saindo do meu corpo. Eu fiquei com o coração com taquicardia, pela indiferença. Meu erro foi esse. Meu erro foi aí. Eu ter perdido meu controle emocional. Eu que sou uma pessoa sempre centrada – garantiu.

Peço desculpas para Jeniffer, para a família [da criança envolvida], para minha família e para mim, por eu achar que eu tinha sido forte naquele momento e não fui. Poderia ter evitado – acrescentou.

A advogada ainda alega ter abordado a Jeniffer “com toda a educação” inicialmente.

– Não fui grossa com ela na abordagem, que não está gravada. Eu disse: “tem pessoas que estão oferecendo para trocar, você poderia trocar? O pessoal aqui de trás tá oferecendo” – relata.

Jeniffer Castro Foto: Frame de vídeo / Globoplay

ENTENDA A SEQUÊNCIA DOS ACONTECIMENTOS
O caso aconteceu na última terça-feira (3) em um voo que partiu do Rio de Janeiro rumo a Belo Horizonte, em Minas Gerais. Na ocasião, a carioca Aline Rizzo embarcou junto dos seus três filhos e de outros quatro conhecidos.

Eles foram os primeiros a entrar porque o primogênito de Aline é cadeirante. Enquanto ela o ajudava a se acomodar na poltrona 1C, seu filho de 4 anos seguiu junto da avó sentando-se no assento 21F, comprado por Jeniffer, que avisou sobre o equívoco quando chegou e encontrou o menino em seu lugar.

Também em entrevista ao Fantástico, que conversou com os demais envolvidos, Aline contou ter pedido desculpas a Jeniffer e retirado o filho do lugar dela, levando-o até o assento da janela oposta. A criança teria ido sem resistência, no entanto, começou a chorar perto do momento da decolagem.

– Quando a aeromoça diz: “tem que colocar o cinto para decolar”, ele “fala é meu sim [o assento], eu sentei primeiro, a moça que pegou o meu lugar”. E eu falo “não, filho”, e aí ele começa [a chorar] (…) Ele me chutava, ele se debatia – descreve Aline.

Neste momento, o passageiro que estava no assento 21D, no corredor, sugeriu a troca de assentos, ideia que Jeniffer recusou.

– Eu falei não. Eu tenho uma filha de 8 anos, eu não ia deixar ela fazer isso. Era um aprendizado pra ela. Não é não – declarou Jeniffer.

Poliane Araújo, madrinha da criança, que estava logo atrás, conta que burburinhos começaram no avião dizendo “que mulher grossa, sem empatia”. Nesse momento, Eluciana Cardoso, que estava ao lado de Poliane, teria sugerido que ela fosse até Jeniffer e insistisse no pedido pela troca de lugar.

– Eu falei “não, eu não vou, jamais eu vou lá, é o lugar dela”. Aí, ela [Eluciana] falou assim “eu vou”. Eu falei “se a senhora for, o problema é seu. Mas eu não vou, porque ela tá no direito dela”. Aí ela falou “ah, eu não aguento”. Tirou o celular do bolso e disse “agora eu vou deixar ela [Jeniffer] famosinha”. Pegou o celular, meteu na cara da Jeniffer – detalhou.

Eluciana alega ter abordado a Jeniffer “educação” e, diante da nova recusa de Jeniffer, ela decidiu filmar a jovem, registrando o vídeo que viralizou nas redes sociais. Nele, é possível ouvir Eluciana declarar que Jeniffer não tem “empatia com criança” e que ia “mostrar a cara” dela, questionando ainda se ela possuía algum “problema” ou “deficiência”.

Em seguida, a advogada teria enviado o vídeo para a filha, Mariana Cardoso, que postou a gravação nas mídias sociais. Mariana alega ter colocado emojis nos rostos das pessoas que apareciam no vídeo, mas que a edição não apareceu na postagem, o que ela só teria percebido oito horas depois da publicação.

– Não imaginei que ia viralizar em momento nenhum, até porque a minha conta só tinha 200 visualizações no máximo. Eu estou começando nisso agora, falo de coisas do cotidiano. Tentei fazer uma edição no meu tablet, colocando emoji no rosto das pessoas que apareciam. Eu cometi um erro de iniciante e não acho justo eu estar sendo tão massacrada, que as pessoas estejam incitando tanto ódio – assinalou.

Em nota, a companhia aérea Gol afirmou que “trocas de assento são feitas apenas em casos específicos que envolvam as saídas de emergência ou questões de segurança operacional”, e declarou que “a tripulação do voo não foi acionada, nem identificou qualquer intercorrência que pudesse oferecer riscos à segurança”.

Agora, o imbróglio de desenrolará na Justiça.

– A conduta de gravar a Jeniffer sem autorização e em um contexto absolutamente constrangedor é passível de danos morais. Nós identificamos os crimes de difamação e injúria – informou a advogada de Jeniffer, Pamela Marcele.

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