Um clima de profunda apreensão tomou conta de Colônia Leopoldina (AL) na tarde da última terça-feira, quando o prefeito Gilberto Sobreira convocou centenas de servidores contratados para uma reunião no ginásio municipal. Inicialmente, muitos acreditavam que seria um encontro para esclarecer dúvidas sobre a recente instabilidade política no município. No entanto, o que se seguiu foi um anúncio que caiu como uma bomba sobre a categoria: uma demissão coletiva, afetando grande parte da mão de obra contratada pela prefeitura e deixando dezenas de famílias em situação de absoluta incerteza.
A medida veio logo após o prefeito perder uma disputa judicial envolvendo a Câmara Municipal, o que intensificou ainda mais a tensão política que já era perceptível nos bastidores. Oficialmente, Sobreira justificou as demissões alegando dificuldades financeiras e a necessidade de “readequação administrativa” para equilibrar as contas públicas. Porém, relatos internos apontam que a motivação vai além das finanças. Servidores garantem que, desde o início da semana, várias repartições amanheceram praticamente vazias, com setores inteiros sem funcionários suficientes para manter o atendimento básico à população.
Durante o anúncio, que durou poucos minutos, o prefeito teria se limitado a informar o desligamento de grande parte dos contratados, sem apresentar um planejamento de transição, um cronograma de reestruturação ou qualquer tipo de suporte emergencial aos afetados. Muitos trabalhadores relataram que não houve abertura para perguntas, nem espaço para diálogo. A orientação dada aos demitidos — “estudem para um possível concurso no ano que vem” — gerou forte revolta. Para muitos, a fala soou insensível diante do impacto financeiro imediato que as famílias enfrentarão.



