A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta segunda-feira, manter a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está detido desde a operação deflagrada pela Polícia Federal para investigar sua suposta participação em uma articulação voltada a interferir no processo eleitoral e nas instituições democráticas. A decisão foi tomada por maioria dos ministros, após análise de recursos apresentados pela defesa, que alegava ilegalidade na ordem de prisão e ausência de elementos que justificassem a medida cautelar.
Segundo a relatoria, os indícios reunidos na investigação — que incluem depoimentos, mensagens, documentos e relatos de colaboradores — apontam para a necessidade de manutenção da custódia para impedir possível obstrução de justiça. Os ministros que acompanharam o voto do relator destacaram que, pela gravidade dos fatos e pela posição de influência que o ex-presidente ainda exerce, a liberdade poderia trazer riscos concretos à coleta de provas e ao andamento do processo.
A defesa de Bolsonaro afirma que recorrerá às demais instâncias do próprio STF, argumentando que o ex-presidente sempre se colocou à disposição das autoridades e que não há risco de fuga ou de interferência nas investigações. Juristas apontam que, mesmo com a decisão da Primeira Turma, ainda é possível a apresentação de novos pedidos, mas a tendência é que a prisão seja mantida enquanto a investigação permanecer em curso.
O caso continua despertando forte repercussão política em Brasília. Aliados acusam perseguição, enquanto opositores afirmam que a decisão reforça o papel das instituições no combate a possíveis atentados contra a ordem democrática. A expectativa é de que novos desdobramentos ocorram nos próximos dias, conforme a PF avance em diligências e o STF avalie outros pedidos relacionados ao processo.



