Durante os encontros realizados nesta semana, cinco das principais tendências internas do PT na Bahia — Democracia Socialista, Construindo um Novo Brasil, Movimento PT, Resistência Socialista e Coletivo Avante — lançaram oficialmente uma chapa para disputar o comando do partido no estado, dentro do Processo de Eleições Diretas (PED 2025), previsto para julho. As correntes, que reúnem representações dos movimentos sociais, a maioria dos diretórios municipais e contam com o apoio de seis deputados estaduais e cinco federais do partido, defendem a unidade partidária e a construção de uma nova diretriz política e administrativa baseada em gestão coletiva.
O grupo afirma que o momento exige um novo pacto de atuação interna, voltado para fortalecer o PT nos territórios, ampliar sua sintonia com a base social e com os governos estadual e federal, além de reafirmar o compromisso com a reeleição do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues: “Vamos construir o PED como instrumento de diálogo, de debate político e de afirmação de compromisso com a estabilidade política do PT. Com independência e protagonismo, o PT vai disputar os rumos e espaços estratégicos, no diálogo e sintonia permanente, comprometido com a reeleição do governador e do presidente”.
As correntes avaliam que o partido enfrenta atualmente um cenário de fragilidade nas relações com suas instâncias de base e apontam que esse quadro só poderá ser superado com uma gestão que valorize a pluralidade, a coletividade e a partilha de responsabilidades. “É o projeto coletivo que deve guiar nossa atuação”, enfatizam. “A atual conjuntura política impõe grandes desafios. Reorganizar o partido para oferecer esperança e alimentar os sonhos de um futuro coletivo, com mais dignidade e cidadania, deve ser o fio condutor de nossas ações neste PED”, destacam.
Bancadas
Além da defesa de uma gestão colegiada, as tendências reafirmam a importância de fortalecer as bancadas do partido na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e na Câmara dos Deputados. “Garantir a ampliação de nossas bancadas é fundamental para defender e ajudar os governos de Jerônimo e Lula no próximo período”, reforça o grupo, que também alerta para a necessidade de conter o “avanço da direita carlista e da extrema-direita no estado”.
A plataforma apresentada pelas correntes se organiza em quatro eixos principais: Autonomia Partidária, Gestão Coletiva e Democrática, Atualização Programática e Fortalecimento Eleitoral. Segundo os articuladores da chapa, a proposta busca consolidar um partido mais presente nas lutas sociais e com protagonismo político nas bases: “O PT precisa de uma direção que esteja presente nos territórios, realizando reuniões em diferentes regiões, fortalecendo a militância e ampliando o enraizamento popular do projeto político do partido”.
Entre os presentes nos encontros que selaram a construção da chapa estiveram o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, os deputados estaduais Zé Raimundo, Robinson Almeida e Josias Gomes, os vereadores Tagner Cerqueira (Camaçari) e Manoel Porfírio (Itabuna), além de dirigentes e lideranças como Gutierres Barbosa, Everaldo Anunciação, entre outros.