Saudoso Valdevir Aquino

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O saudoso bonfinense Valdevir Macedo de Aquino, nasceu no dia 30 de outubro de 1938 e faleceu no dia 16 de dezembro de 2006, filho de Euri Macêdo de Aquino e Salustiano Tomaz de Aquino, faria 85 anos hoje. Católico, devoto de Nossa Senhora Aparecida e Santo Expedito, era um cidadão carismático e sociável dono de um timbre de voz forte e um sorriso potente que se fazia ouvir a alguns metros de distância, principalmente no Beco do Bazar – hoje, calçadão. Ainda na adolescência precisou deixar os estudos para ajudar na subsistência da família, foi vendedor na feira livre onde comercializava objetos que recolhia nas casas ou recebia com doação, e, após realizar alguns reparos, disponibilizava à venda nas esteiras próximo aos cordéis e ervas medicinais de outros vendedores, dizia ser um ponto estratégico, ficar próximo de quem vendia muito ajudava nas vendas, “sempre sobrava alguém com um conto de réis de troco”, lembrava.

O futebol foi uma das suas grandes paixões. Iniciando sua carreira como profissional aos 16 anos jogando em vários clubes, deixou a posição de atacante para ser goleiro no Vila Nova (time tradicional), e mesmo com a estatura mediana – com 1,72 cm – se tornou um destaque pela velocidade e antecipação na defesa, agilidade que lhe rendeu o apelido de “Lambaio”, alusão ao peixe, pequeno e rápido. Seguiu na carreira futebolística até o final dos anos 60, jogou na Seleção Bonfinense e foi amigo pessoal de Pedro Amorim, viajou algumas vezes para o Rio de Janeiro – uma dessas viagens mudaria o rumo da sua vida – conheceu de perto Copacabana e o Cristo Redentor, o cenário das apostas de jogos e se apaixonou pelo Botafogo. Nos anos 80 Valdevir e Augusto Gomes promoveram uma memorável partida de futebol com a presença do time oficial do Botafogo no Estádio Pedro Amorim contra a seleção Bonfinense se tornando um momento marcante na sua vida, “Paguei a dívida que carregava”, confessava sorrindo.

Na vida social foi atuante, apesar de reservado, gostava de incentivar e investir nos empreendimentos que surgiam. Foi sócio proprietário da Sociedade 25 de Janeiro com matrícula registrada em 1968, e contribuiu com a construção do Campo Clube também como sócio proprietário com a matrícula nº92 de 1978. O futebol, as apostas, os carros, a política e as esmeraldas também foram suas paixões. Valdevir foi propriedade da banca de jogo, O Bandeirante. Na Serra da Carnaíba abriu “cortes” na Carnaíba de Baixo e na Fazenda Marota. Foi sócio na Coopenorte Ajudou e contribuiu em causas sociais e constantemente realizava doações às famílias e associações. Dizia que não precisava divulgar, “Quem dá pensando no que vai ganhar, não deu, emprestou”, explicava.

Valdevir Macedo de Aquino foi autêntico e tinha marcas que o representavam: a voz forte – herança dos tempos de futebol – a honestidade, o coração enorme, o amor pelo povo e por Senhor do Bonfim. Quem conviveu ao seu lado relata memórias resgatadas de uma pessoa amorosa, disponível e presente, mas com temperamento forte, pois a palavra empenhada era lei, não precisava que assinassem nada, bastava verbalizar. Deixou viúva e filhos(as) biológicos: Sérgio Murilo (ausente), Valdineide, Ricardo Aquino, Valneide, Ana Cristina, Harrison Ribeiro e Valdevir Junior. E adotou como seus filhos: Di e Thais. Sua história é emblemática, presente em vários momentos históricos do município e cheia de aventuras, um roteiro de vida de um homem ímpar que muito agradecemos por ter vivido entre nós bonfinense.

Texto: Ricardo Aquino – Colaboração: Valdineide Aquino